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Contrato de Vesting para Startups

  • Foto do escritor: Shirakura Advocacia
    Shirakura Advocacia
  • 25 de fev.
  • 3 min de leitura

O contrato de vesting é uma ferramenta essencial para startups que desejam reter talentos estratégicos e estruturar sua equipe de forma alinhada ao crescimento da empresa. Ele permite que sócios, colaboradores ou investidores adquiram participação societária gradativamente, condicionado a metas e prazos preestabelecidos. No Brasil, a aplicação desse contrato exige cuidados jurídicos para evitar riscos trabalhistas e tributários, além de garantir a segurança da startup diante de potenciais investidores.



O Que é o Contrato de Vesting?


O contrato de vesting é um acordo que regula a concessão futura de participação societária a determinados indivíduos, geralmente fundadores ou funcionários-chave. Sua principal função é evitar que um colaborador receba cotas da empresa sem um compromisso de longo prazo. Assim, as participações são adquiridas progressivamente, de acordo com o cumprimento de condições estabelecidas.


Os principais elementos de um contrato de vesting incluem:


  • Cliff (Período de Carência): Tempo mínimo de dedicação antes que o beneficiário tenha direito a qualquer participação. Se a pessoa deixar a startup antes do término desse período, não recebe nenhuma participação.


  • Vesting Schedule (Cronograma de Aquisição): Define como as quotas ou ações serão adquiridas ao longo do tempo.


  • Milestones (Marcos de Performance): Metas que devem ser atingidas para o colaborador ter direito à participação.


  • Condições de Saída: Regras para a saída do colaborador antes do período de aquisição total da participação.

Aspectos Jurídicos Essenciais do Vesting no Brasil


1. Formato Societário e Aplicabilidade


A estruturação do contrato de vesting depende do modelo societário da startup. Em sociedades anônimas (S.A.), o contrato pode ser associado às stock options, um mecanismo já regulamentado no Brasil (Lei nº 6.404/76, artigo 168, §3º). Já para sociedades limitadas, que são a maioria das startups, a concessão de participação via vesting pode enfrentar desafios legais, pois o Código Civil veda a integralização de capital social com prestação de serviços (artigo 1.055, §2º)​


Para evitar problemas, recomenda-se incluir cláusulas no contrato social da startup que permitam a aplicação de regras das sociedades anônimas. Isso traz mais segurança jurídica e torna o vesting um instrumento mais viável para atrair investidores​



2. Riscos Trabalhistas

Se não estruturado corretamente, o contrato de vesting pode ser interpretado pela Justiça do Trabalho como uma forma de remuneração, caracterizando vínculo empregatício e gerando encargos como FGTS, INSS e 13º salário​

. Para evitar esse risco, é fundamental que:


  • O beneficiário assuma o risco da atividade econômica.

  • O preço de aquisição das quotas ou ações seja estipulado com base em um valor real de mercado.

  • O contrato preveja regras claras sobre o que acontece se o colaborador deixar a startup antes de adquirir todas as participações​


3. Aspectos Tributários


A aquisição de participações societárias por vesting pode gerar incidência de impostos. Caso as cotas sejam concedidas gratuitamente, a Receita Federal pode interpretar como remuneração, sujeitando o beneficiário ao Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) de até 27,5%. Para evitar essa tributação, é necessário que o vesting tenha uma estrutura clara de compra de quotas a um preço previamente definido​


O Papel do Time Jurídico na Estruturação do Vesting


Contar com um time jurídico especializado em startups é essencial para:


  • Evitar passivos trabalhistas e tributários: Um contrato mal elaborado pode resultar em autuações fiscais e processos trabalhistas.


  • Tornar o negócio mais atraente para investidores: Investidores buscam startups com governança clara e previsibilidade jurídica.


  • Garantir que as regras do vesting sejam legalmente aplicáveis: A estrutura do contrato deve estar alinhada ao tipo societário e às normas do Direito brasileiro.


Um escritório especializado pode customizar o contrato conforme as necessidades da startup, considerando sua fase de desenvolvimento, estratégia de captação de investimentos e riscos jurídicos específicos.


O contrato de vesting é uma ferramenta poderosa para startups que desejam reter talentos e atrair investimentos.


No entanto, sua implementação no Brasil exige planejamento e assessoria jurídica especializada para evitar riscos trabalhistas, tributários e societários. Um time jurídico experiente pode garantir que o vesting seja um diferencial estratégico, trazendo segurança para fundadores, colaboradores e investidores.


Se sua startup deseja estruturar um contrato de vesting da forma correta e segura, entre em contato com um time jurídico especializado em startups e inovação.

 
 
 

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